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Missões: 20 Dicas para Motivar a sua igreja

 

 Estas dicas são fruto de um trabalho de 5 anos à frente do Departamento de missões de minha igreja.

 

 

1.    Motive o seu PASTOR. Ele é peça fundamental do processo. “As prioridades do pastor são as prioridades da igreja”. A sua igreja amará missões na proporção em que o seu pastor o fizer”. (O seu pastor já possui visão missionária? Sim, glória a Deus! Seu trabalho já está 80% encaminhado. Não, então, vá devagar! Conquiste-o primeiro). Mostre-o que missões é ganhar almas (perto e longe).

 

2.    Não faça NADA sem o apoio do seu pastor (Hebreus 13:17). “A submissão gera proteção”. Ore, tenha calma, fique em paz, não murmure e nem se levante contra a sua liderança, Deus não se agrada de divisão. (Números 12:10)

 

3.    Fale sobre missões em todos os encontros (nem que seja um aviso de apenas 10 segundos). Para que isso seja parte da vida das pessoas, elas precisam ouvir sobre missões. “A fé vem do ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus”.

 

4.    Faça cartazes, faixas, banners, bandeiras, use um mural de recados e/ou avisos.

 

5.    Convide missionários, pastores com visão, e outros coordenadores de missões para pregar na sua igreja.

 

6.    Interaja com pessoas que fazem missões, troque experiências, peça conselhos – não fique sozinho!

 

7.    Participe de Congressos, seminários e cultos de missões em outras igrejas, sempre que possível.

 

8.    Esteja apto! Conheça missões ao máximo, leia a Bíblia, faça pesquisas, faça teologia/cursos, ouça mensagens, adquira CD’s, DVD’s, dicionários, livros, monte uma biblioteca pessoal (ou pública): empreste, alugue, ou venda, mas distribua materiais sempre que possível.

 

9.    Visite o campo! É fundamental conhecer pessoalmente o trabalho dos missionários. Creia, programe, priorize e pise a terra prometida, como fez Abraão.

 

10. Monte grupos de intercessão missionária. Ore especificamente por missões! Conheça as necessidades dos missionários!

 

11. Monte grupos de estudo.

 

12. Motive as diversas formas de evangelismo (pequenos grupos, folhetos, teatro, dança, música, internet... Existem milhares de maneiras). Lembre-se: Missões e Evangelismo é uma coisa só.

 

13. Dê um voto de confiança nos seus comissionados e envie-os! Não retenha-os! Libere-os, mesmo que pareçam não estarem preparados totalmente, parte do preparo só adquirimos no campo. Não tenha medo, “é Deus que irá guardá-los”. Se não tem ninguém na sua igreja,adote um missionário.

 

14. Não se preocupe com rótulo de igreja – isso é bobagem! Você trabalha para o Reino de Deus e não somente para a sua congregação local. Somente com a unidade de todo o corpo de Cristo é que alcançaremos o mundo.

 

15. Estabeleça um alvo para a oferta de missões (um bom alvo é aquele valor que despenda custo para atingi-lo. “O alvo precisa gerar um desafio, mas não pode ser algo impossível”). Neste aspecto a sabedoria é melhor do que a fé!

 

16. Não espere só pela oferta pra atingir o seu alvo. Organize uma equipe de voluntários para juntos fazerem gincanas, jogos, faça uma lanchonete pra missões, engraxe sapatos, lave carros, capine os lote do irmão, conserte o computador, etc. Use o seu talento para adquirir recursos financeiros para missões. (Não se engane, fazer missões custa e custa caro. Precisamos assumir o papel de igreja mantenedora e não gastar todos os recursos com o nosso templo).

 

17. Aprenda a ouvir críticas (e conselhos). “Todos nós estamos de pé, uns para fazerem algo, outros para assistirem e outros para criticarem”. Não existe esta história de crítica construtiva, ou destrutiva – Crítica é crítica, se ela será construtiva, ou não é você quem decide! E lembre-se disso: O que você faz é para glorificar a Deus e não receber honra dos homens - O que Deus tem a dizer sobre o seu trabalho? Isso é importante, os homens...são usados por Deus, ou pelo diabo, saiba discernir!

 

18. Vigie em tudo! O diabo tentará detê-lo, ele usará tudo o que está a sua volta: a sua família, seus amigos, sua igreja e até você mesmo! O que ele quer é roubar, matar e destruir. Feche as brechas e não dê uma chance sequer a ele. “Fuja da aparência do mal”. (I Tessalonicenses 5:22). E assuma a sua posição nesta guerra e não desista! “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7)

 

19. Espere! Tenha paciência “eu sei o quanto é penoso”. Mas lembre-se que a visão missionária é difícil de assimilar, pois exige renúncia, abnegação, investimento financeiro... Isso pode demorar anos. Não se desespere, continue firme, orando e trabalhando. Existem missionários que dependem de você!

 

20. NÃO MUDE DE SUA IGREJA pelo fato dela não fazer missões como você gostaria, você será tentado a fazer isso, mas não faça, a não ser que o Espírito Santo lhe guie nesta decisão. A sua igreja precisa de você, talvez este seja o principal motivo de você estar nela.

 

...Esforça-te, e tende bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares. (Josué 1:9)

Pr. Wesley Reis

Artigos

e

Reflexões

O Caminho da Felicidade

 

Antes eu não te conhecia.

Antes eu nem mesmo me conhecia; eu não sabia quem era e muito menos o que eu poderia me tornar.

Antes eu mal conhecia as pessoas a minha volta.

Antes eu desconhecia o valor das pessoas, principalmente, da família e dos amigos; todos não passavam de uma vaga lembrança passageira.

Antes eu vivia num mundo só meu, onde todos os sonhos, planos, sentimentos, emoções e desejos se resumiam somente a uma pessoa: Eu mesmo.

Antes eu achara que era dono da minha vida, detentor de todos os direitos, senhor do meu destino, do meu presente e do meu futuro.

Antes eu achava que estava no controle de tudo e de todos. 

Antes eu tinha a convicção plena que as minhas escolhas dependiam apenas do meu bel prazer e ninguém tinha nada a ver com isso.

Antes todas as minhas expectativas se resumia em apenas uma expressão: Ser feliz! 

Antes eu queria ser feliz a todo o custo, era isso e apenas isso que me movia, me conduzia, me inspirava e me levava além... Mais nada importava, mais nada tinha sentido, ou qualquer valor. 

Antes eu acordava todas as manhãs, pensando, calculando, planejando tudo para que eu tivesse um dia feliz.

Antes eu sempre punha a cabeça no travesseiro e um questionamento sempre me fazia refletir: Eu fui feliz neste dia, ou não?

Antes eu acreditava que pra ser feliz era preciso ter coisas, fazer coisas, estar em algum lugar ou ser alguém melhor, único, especial, ou superior. O problema de achar que é especial ou superior é que sempre aparecerá outro concorrente ao mesmo status, e sendo assim, o conflito se torna inevitável.

Antes tudo em minha vida era composto, decidido por uma competição, com os outros e também comigo mesmo: porque era preciso superar a mim mesmo, se quisesse superar a outros, portanto, o eu de hoje podia, deveria, precisava superar o eu de ontem.

Antes a minha visão sobre tudo o que existia a minha volta: os bens, o dinheiro, o trabalho, a escola, as festas, o clube, a igreja e até as pessoas: Tinham apenas uma função: me fazerem bem. E se alguma coisa, ou alguém, por algum motivo, me fizessem sentir mal, era de pronto, cortado pra sempre do meu convívio tão especial.

Antes eu achava que poderia escolher como as pessoas deveriam me tratar, porque eu sou especial lembra?

Antes eu pensava que levar desaforo pra casa era ser fraco. E quem é fraco não é feliz! Então, eu precisava ser forte, em toda e qualquer circunstância.

Antes o maior percalço que tive no meu caminho da felicidade era a falta de aprovação das pessoas.

Antes no meu subconsciente eu pensava que a aprovação das pessoas me faria feliz! Por isso, a necessidade de ter beleza, bens, riqueza, fama, inteligência, poder (em todas as suas formas de expressão)... tudo para que os outros me aceitem.  

Hoje eu percebo que tudo o que o ser humano procura ser, fazer ou ter, direta ou indiretamente, é para alguém ver, apreciar, admirar, elogiar, criticar ou aprovar.

Hoje eu vejo que ainda somos como crianças que se dispõe a tudo para chamar a atenção pra si, seja em algumas vezes fazendo algo criativo e engraçado, ou na maioria das vezes fazendo pirraça, chorando, gritando e fazendo má-criações.

Hoje entendo que a felicidade está ligada as outras pessoas. Por isso, temos tanto a necessidade de sermos aprovados sempre, de sermos melhores que nossos semelhantes: para termos maior destaque, para sermos melhores notados, vistos e adorados por todos.

Hoje eu entendo que a busca da felicidade é na verdade a busca da adoração. Ninguém é feliz sozinho! Precisamos que os outros vejam, percebam, notem, comentem, invejem o nosso status, nosso sucesso, nossa história, nossos bens, nossa capacidade, nossos discursos, nossos talentos, nossas canções, nossos poemas, nossos contos, nossos livros, nossos textos e tudo o mais que possamos fazer nesta terra. 

Hoje eu sei que nunca seremos felizes enquanto buscarmos a adoração das pessoas.

Hoje eu conheço a única Pessoa que merece toda a adoração: É o Autor e Consumador da nossa fé - O nosso Criador, Redentor e Salvador.

Hoje eu descobri que quanto mais eu adoro ao único e verdadeiro Deus, menos eu sinto falta de ser adorado pelas outras pessoas.

Hoje eu tenho a convicção que não sou especial, mas, que tenho algo especial dentro de mim: a presença do Espírito Santo de Deus.

Hoje eu não busco mais a aprovação das exigentes e cruéis pessoas, mas, apenas a aprovação do misericordioso e amável Deus.

Hoje eu descobri que o único Caminho que vale a pena seguir se chama Jesus Cristo. Ele é o Caminho, a Verdade, a Vida e a verdadeira Paz.

Hoje eu desistir da minha felicidade para agradar a pessoa de Deus.

Hoje eu descobri que a melhor maneira fazer feliz o coração de Deus é levar a felicidade a um dos seus filhos. Por isso...

Hoje eu escrevo este texto, não para ser adorado por você, mas, para levá-lo a adorar unicamente a Deus.

Hoje eu escrevo este texto para que você perceba que nunca serás feliz se não buscar (também) a felicidade dos outros.

Hoje e sempre, eu desejo a você, querido leitor, que encontre a felicidade no Caminho em que encontramos Deus.

Anônimo

TEXTO: Há Momentos



Há momentos que não queremos falar, por que os desabafos já não surtem mais efeito.
Há momentos que não queremos ouvir, por que as palavras não preenchem um coração que sofre.
Há momentos que não queremos mais chorar, por que parecem que as lágrimas se secaram dentro de nós.
Há momentos que não queremos abrir os olhos, por que não há nada de novo pra se ver.
Há momentos que não queremos sequer pensar, por que os pensamentos só nos trazem dor.
Há momentos que não queremos caminhar, por que não há nenhum lugar que queremos estar.

Há momentos que não queremos viver, por que a vida parece que perdeu o valor e todo sentido.
Há momentos em que o querer ou não querer já não faz diferença, por que nos foi vetado este direito.
Há momentos em que a lembrança do passado nos fere, o presente nos traz desconforto e o futuro nos angustia.
Há momentos em que mesmo entre uma multidão parece que estamos sozinhos.
Há momentos em que os parentes não estão disponíveis, os colegas desapareceram, os amigos estão distantes e aqueles em quem mais confiamos não estão ao nosso alcance.


Nestes momentos a fé parece naufragar; a nossa esperança parece ruir; a nossa confiança parece esvair.
Nestes momentos as nossas orações nem parecem atingir as nuvens.
Nestes momentos as mais belas canções soam apenas como sons melódicos e repetitivos. 
Nestes momentos os versos, antes, mais profundos da Bíblia, parecem plainar na superficialidade de sentido e razão.
Nestes momentos a convicção dá um lugar ao medo, a dúvida, a incerteza e o pavor.
Nestes momentos a pouca coragem que tínhamos não mais impulsionam os nossos passos, nem mesmo nos fazem ousar olhar o horizonte.
Nestes momentos todos os recursos e potencial que reunimos em nós: talentos, dons, inteligência, conhecimento, experiência, maturidade, ou qualquer outro adjetivo: perde o valor diante do desafio que nos está proposto. 


São estes momentos que tiram o chão debaixo dos nossos pés, o teto sob as nossas frontes, e todas as muralhas e fortalezas que pensávamos possuir caem diante das nossas retinas... 
 

O que fazer então? Se todas as orações já foram feitas; se todos os versículos já foram lidos; se todos os conselhos já foram ouvidos? Só há uma resposta: 
 

- Esperar e confiar em Deus. Porque, por mais difíceis que pareçam, estes momentos são momentâneos. E ao final venceremos, porque somos mais que vencedores: fomos destinados a vencer não porque temos ou fazemos algo; mas, por que há Alguém que luta por nós. Mesmo que percamos uma ou outra batalha - a nossa guerra já foi vencida na cruz! O amor que temos para com Deus, e o amor que Ele tem por nós, fará cooperar todas as coisas para o nosso bem, mesmo que isso pareça, no momento, impossível aos nossos olhos. 
 

A verdade é que nunca estivemos sozinhos nestes momentos e nunca estaremos! Foi Ele quem prometeu que estaria conosco todos os dias até o fim. E o nosso fim está ainda longe de chegar...
 

Pr. Wesley F. Reis

 PAZ

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou...

João 14:27a

 

 

 Viver esta paz é viver como Jesus Cristo viveu:

 

Saber que os homens são falhos e amá-los assim mesmo.

Não esperar ser aceitos por todos.

Compreender que os erros não tiram o valor das pessoas.

Acreditar nas pessoas mesmo quando elas já desistiram de si mesmas.

Não ver somente o que as pessoas são, mas o que poderão ser.

Compreender os limites do ser humano.

Não esperar pelo reconhecimento e pela glória dos homens.

Não desanimar diante da reprovação e das críticas de fariseus religiosos

Não ser guiado pela cultura, religião e tradições humanas.

Trabalhar pelo bem dos outros em tempos oportunos e inoportunos.

Reconhecer seu inimigo e suas artimanhas.

Saber que multidões só estão interessadas naquilo que podemos oferecer.

Dar a outra face.

Perdoar aqueles que não estão arrependidos.

Tentar reconhecer as intenções que estão além das atitudes.

Estar atento às palavras que estejam carregando armadilhas.

Ser verdadeiro e dizer a verdade sempre.

Valorizar o que as pessoas tem de bom.

Ensinar pelo exemplo e não apenas pelas palavras.

Ter paciência para doutrinar e treinar pessoas.

Ser servo.

Corrigir, disciplinar quando necessário.

Não lançar pérolas aos porcos.

Vislumbrar que atitudes hoje refletirão na eternidade.

Gastar tempo com verdadeiros amigos.

Não andar sozinho.

Manter a calma quanto todos estão perturbados.

Andar sobre as águas que muitos nem conseguem velejar.

Saber que você é imortal até que se cumpra todo o propósito de Deus em sua vida.

Saber quando é chegada à nossa hora.

Saber que o agir do inimigo está limitado à permissão de Deus.

Saber que nunca seremos tentados além de nossas forças.

Alegrar por ser considerado digno de sofrer pelo evangelho.

Aprender a renúncia.

Desfrutar de um relacionamento pessoal com Deus como a maior prioridade da vida.

Acreditar que um dia teremos um galardão junto ao Pai.

Permitir e ajudar os outros a terminem o trabalho que você começou.

Saber quando falar e quando calar.

Buscar a Deus diligentemente para não pecar contra Ele.

Saber de onde viemos e para onde vamos.

Ser humilde e se esvaziar de si mesmo.

Confiar que Deus está no controle de qualquer situação.

Confiar que Deus está conosco e o Espírito Santo repousa sobre nós.

Estar bem com o próximo, consigo mesmo e com Deus.

Dar graças sempre.

Saber que tudo faz parte do grande propósito do Criador.

Aceitar que a vontade de Deus se sobreponha a nossa.

 

Estar no mundo, sem contudo pertencer a este mundo.

Pr. Wesley Reis

Do que precisamos?

Alguns homens precisam:

  • Diminuir o outro pra se sentir grande.

  • Humilhar o outro pra se sentir superior.

  • Matar o outro pra se sentir vivo.

  • Destruir o outro pra se sentir poderoso.

  • Agredir o outro pra se sentir vigoroso.

  • Escravizar o outro pra se sentir livre.

  • Questionar o outro pra se sentir inteligente.

  • Ofender o outro pra se sentir confortável.

  • Desprezar o outro pra se sentir importante.

  • Criticar o outro pra se sentir perfeito.

  • Dar bronca pra se sentir verdadeiro.

  • Excluir o outro pra se sentir imprescindível.

  • Odiar o outro pra se sentir amado.

  • Corrigir o outro pra sentir sábio.

  • Vingar-se pra se sentir justificado.

  • Fofocar pra se sentir bem informado.

  • Ser áspero pra se sentir sincero.

  • Desacreditar o outro pra se sentir confiável.

  • Desmerecer o outro pra se sentir único.

  • Entristecer o outro pra se sentir alegre.

  • Massacrar o outro pra se sentir vitorioso.

  • Desmascarar o outro pra se sentir íntegro.

  • Apontar pecados pra se sentir santo.

As pessoas que agem assim estão provando que nunca nasceram de novo; não possuem o caráter de Cristo e não tem convicção da sua identidade em Deus.

Quem conhece a Deus verdadeiramente, sua vida gira em torno dEle e não das outras pessoas; suas guerras são contra os seus próprios pecados e não contra os pecados alheios e seu desejo é ajudar os outros, não com palavras, mas, com ações.

 

Questionamos constantemente os discursos e sermões, mas dificilmente podemos questionar o testemunho de alguém. Portanto, deixe suas atitudes falarem por você, é só disso que você precisa. As opniões dos outros são importantes, mas só a opnião de Deus é fundamental.

Pr. Wesley Reis

A Busca da Verdade Sobre Dízimos e Ofertas

Rio das Ostras - Dia 09/03/2017

 

Estamos vivendo um tempo verdadeiramente desafiador em vários sentidos para a Igreja do Senhor. Um deles é o dinheiro, ou melhor dizendo, “o amor ao dinheiro” que constitui a raiz de todo o mal que há no mundo levando muitos a se desviarem da fé, e produzirem males e sofrimento a eles e a outros (Leia I Timóteo 6:10). A busca pelo dinheiro, ou outras formas de riquezas, tem sido um dos grandes motivadores do homem em toda a história da humanidade – nessa busca os homens se embrenharam no mar, nas geleiras, no ar e até no espaço, extinguiram animais e ecos sistemas inteiros, praticaram a escravidão, o domínio e o extermínio de povos, tribos e nações, destroem o meio ambiente, fabricaram armas químicas, biológicas e de destruição em massa. O homem tem destruído a si mesmo na busca do dinheiro que na verdade representa o poder, a superioridade, a fama, a independência, o prazer sem limites, etc.

 

A riqueza, ou a busca dela se tornou pra muitos, mais do que um fascínio, mas uma verdadeira devoção e adoração ao deus Mamon. Jesus nos alertou que não podemos servir a dois senhores (Leia Mateus 6:19-24 e Lucas 16:13): ou servimos a Deus e colocamos tudo o que temos e o que somos ao seu serviço e a sua adoração, ou serviremos unicamente as nós mesmos, e fazemos o que bem entendermos da nossa vida, potencial e recursos, e dessa forma honraremos aos intentos e princípios desse principado chamado Mamon. Qual divindade você está representando em sua vida?

 

Estamos vivenciando os tempos trabalhosos, como bem profetizou o Apóstolo Paulo:

 

"Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." (II Timóteo 3:2-5)

Esse crescente sentimento de egoísmo, avareza e hedonismo (que é colocar o EU no centro e buscar a satisfação a qualquer preço), dentre outros, faz surgir em nossa geração um “novo” evangelho centrado nas necessidades do homens e colocando Deus na condição de servo e provedor de nossos deleites e prazeres. Tais pastores tem transformado todos os ensinamentos e personagens bíblicos numa mensagem única de prosperidade, milagres, bênçãos e vitórias, e nada mais. Dessa forma os dízimos e ofertas se apresentam como uma moeda de troca, ou um verdadeiro investimento, fazendo do evangelho de Cristo um (bom) negócio para muitos.

Essas “entidades evangélicas” conseguem deturpar até mesmo o texto de Mateus 6:33, onde afirmam que buscar o reino em primeiro lugar é dar grandes somas de dinheiro em forma de ofertas e desafios de fé para que Deus te acrescente tudo o que você sonha e deseja. Tais igrejas tem atraído grandes multidões, sendo que a maioria dessas pessoas continuam amando suas vidas, seu dinheiro, os milagres e as bênçãos e não o Dono da benção.

 

Dessa maneira, fica cada vez mais difícil e constrangedor para um bom pastor, honesto e temente a Deus, ensinar sobre os dízimos e ofertas em sua igreja. Participei nesses dias de um debate numa rádio da minha região em que discutimos sobre - A verdade sobre os dízimos e ofertas. O debate poderia começar apenas na primeira palavra do tema: “Verdade”. O que é a verdade? Perguntou Pilatos a Jesus (João 18:38). Essa mesma pergunta tem instigado a imaginação de todos os homens em todos os períodos da história. Também, me faço esse questionamento: Se Jesus e a sua Palavra é a Verdade, e portanto, Única - Por que discordamos tanto uns dos outros? Se temos o mesmo Espírito, a mesma fé, e a mesma Bíblia?

 

Bem, o que acontece é que o nível de revelação que temos sobre Deus e sobre as Santas Escrituras mudam a forma que enxergamos a Verdade, e assim, acabamos criando a nossa “verdade”. Vejo que as pessoas são até muito sinceras, honestas e tementes com respeito a sua verdade – o problema é que elas estão apoiadas em conceitos formados a partir de uma observação superficial, distante ou desfocado da Palavra de Deus, daí surgem tantos princípios e valores que formam as tradições, costumes e até heresias e seitas.

No debate supracitado, éramos três debatedores, um dos pastores e eu, estávamos bem alinhados quanto aos princípios da temática, porém, o outro pastor, nem ao menos era um dizimista, dizia que não gostava dessa palavra, pois dá uma ideia de obrigatoriedade, e isso, segundo ele, era uma forma de imposto da Lei de Moisés; e no NT não houve nenhum ensinamento para que os gentios fossem dizimistas. Numa das minhas falas afirmei que o dízimo existe antes da Lei de Moisés, pois, Abraão dizimou e Jacó fez um voto de ser um dizimista fiel. O referido pastor então, replicou que Abraão dizimou uma única vez, como um costume pagão; e que a Bíblia diz que Jacó fez um voto, mas, não diz que ele cumpriu esse voto...

 

Fiquei escandalizado com essa declaração a respeito de um dos principais Patriarcas de Israel, que inclusive lhe deu o seu nome que significa Príncipe de Deus (Gênesis 32:28). Mas, também percebo e admito que as ofertas estão bem mais presentes na bíblia (NT e VT) e, por isso, fica bem mais fácil a compreensão e aceitação de todos. Além de não ter um valor definido (ela depende do coração), dessa forma fica também mais fácil de assimilar a ideia. Já o dízimo, tem menos referências bíblicas e, portanto, fica mais contraditório e abre brechas para interpretações diferentes.

 

O dízimo é claramente algo mandatório na Lei de Moisés, contudo, ele existe sim, muito antes da Lei – vemos Abraão dizimando de todo o despojo da guerra para Rei Melquizedeque que era uma tipificação de Cristo no VT (Leia Gênesis 14:20 e Hebreus 7) – Naquele momento, me pareceu um ato de gratidão, e não um pedido de benção. Pense comigo, uma casa havia derrotado um exército (equipado e experiente) – quer benção maior que essa? Outro exemplo é Jacó que fez um voto para que Deus o guardasse em sua viagem e o trouxesse a salvo de volta a sua terra natal; o voto consistiu em servir a Deus e ser um dizimista fiel em tudo quanto ele recebesse em sua vida (Leia Gênesis 28:22) – Dessa forma, ao meu ver, o dízimo parece ir além da gratidão e fica associado a uma vida de fidelidade.

 

No entanto, na Lei de Moisés, o dízimo toma uma proporção muito maior. Deus definiu que a Tribo dos Levitas o serviria integralmente nas coisas concernentes ao Tabernáculo, e futuramente, no Templo, e portanto, os dízimos seriam a forma de sustentação deles pelo trabalho que executavam (Números 18:21;24), assim, eles preparavam e realizavam as cerimônias, cuidavam da adoração, e também, zelavam do local; das coisas sagradas (o trabalho era árduo e contínuo). O dízimo, então, passou a apresentar um caráter de obrigatoriedade, além de ser, um princípio da prosperidade e da benção (Leia Malaquias 3:10). Deus ordenava:

"E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas." (Deuteronômio 12:6)

Veja a uma grande quantidade de ofertas que se praticava entre o povo de Deus daquela época. Contudo, vale ressaltar “para discordância de muitos pastores” que os dízimos não eram apenas para o sustento dos levitas e sacerdotes, mas também, era utilizado para atendimento a obra social:

 

"Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem;" (Deuteronômio 26:12)

Agora, a verdade é que no NT, os dízimos não apresentam a mesma importância, Jesus fala sobre dízimos apenas duas vezes: uma em tom de crítica ao publicano que orava de si pra si (Veja Lucas 18:12), e noutra Ele ensina que apenas o ato de dizimar não faz ninguém justo se não seguir os outros aspectos da Lei.

 

"Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras." (Lucas 11:42)

Dessa forma Jesus não aboliu o dízimo, pelo contrário, ele afirmou que essa deve ser uma prática de quem deseja servir a Deus, contudo, não se pode achar que só praticar o dízimo basta para alcançarmos a graça de Deus, pois existem outros aspectos do cristianismo que são igualmente importantes, e que os fariseus naquela época estavam desprezando que é o juízo e o amor.

O grande argumento apresentado pelos não praticantes do dízimo é que Paulo não ensina sobre o dízimo em nenhuma das 13 cartas que ele escreveu. Somente o escritor de Hebreus cita o dízimo por 6 vezes no capítulo 7; mas, claramente o objetivo do capítulo é ensinar sobre o ministério de Jesus como Sumo Sacerdote e para isso, ele utiliza a figura de Melquesedeque como uma tipificação de Cristo pra ensinar sobre esse ministério de Jesus e para provar que o menor é abençoado pelo maior (Leia Hebreus 7:7) – ou seja, o ato de dizimar está ligado a benção, que não vem dos homens, mas daquele de quem eles testificam.

"E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive." (Hebreus 7:8 “grifo meu”)

Baseado nesses versículos que existem tanto no NT quanto no VT, é possível afirmar biblicamente que dizimar é um princípio de benção. Agora, o grande equívoco de algumas igrejas, na minha opinião, é tratar a “inadimplência” do dízimo como pecado, maldição, disciplina, etc. esse enfoque me parece não encontrar bases sólidas no NT – que é o tempo da graça e da Nova Aliança.

Por que na igreja primitiva não se ensinava sobre dízimos? Pra que falar de dízimo a um povo que vende tudo o que tem? Quando eles estavam em paz, eles davam tudo o que possuíam. E quando perseguidos, deixavam tudo pra trás. Que representatividade poderia ter os 10% de dízimo para um povo que doava 100% pra Deus e para a sua igreja, depositando tudo aos pés dos Apóstolos (Leia Atos 4:34). Esse era o modo de vida deles e o avivamento que eles experimentaram - Uma espécie de comunismo cristão. Onde ninguém era muito rico e ninguém era muito pobre (Leia Atos 4:32).

 

Hoje, apesar de associarmos o trabalho dos levitas do VT ao trabalho dos pastores, apóstolos, missionários, secretários, zeladores das nossas igrejas, ao meu ver, o enfoque especificamente sobre o dízimo deveria ser o mesmo de Jesus, ou seja: “pequeno”, comparado aos outros aspectos do reino de Deus. Mas, devemos sim, pregar contra o amor ao dinheiro e o desapego as coisas materiais e terrenas em detrimento das coisas espirituais – essa é a mensagem da cruz: a renúncia desse mundo e das nossas paixões e desejos.

 

Infelizmente, alguns pastores tem apropriado do ensinamento sobre os dízimos e ofertas, não para que haja mantimento da casa do tesouro (Malaquias 3:10) e as pessoas sejam devidamente assistidas, tanto na vida dos irmãos, quanto na obra social, e também na obra missionária (porque os missionários também são levitas levando o reino de Deus de forma integral); Mas, tem usado esses recursos, apenas para a construção de catedrais, templos cada vez mais suntuosos e opulentos, que mais parecem possuírem a essência da Torre de Babel (Gênesis 11:4 - que é afamar o nome dos homens e a tentativa de mantê-los juntos), do que do evangelho de Jesus.

 

É fácil perceber que Jesus falou muito sobre dinheiro, riquezas e bens materiais, contudo, Ele expressava sempre a necessidade de desapegarmos do amor a elas, e não ficava ensinando o tempo todo que devemos trazer esses bens para “a Casa de Deus”. Mas ao contrário disso, Ele manda o jovem rico a doar seus bens aos pobres (Leia Lucas 18:22). Olhando por essa ótica, talvez, seja esse o motivo de tanto Jesus quanto os demais Apóstolo optarem por pregar muito mais sobre ofertas do que dízimos, porque a oferta apresenta esse caráter da graça, que é ter um coração voluntário para amar e abençoar. E não simplesmente, obedecer a uma Lei, uma regra, uma obrigatoriedade, como parece ser o caso do dízimo.

 

Sendo assim, o ato de ofertar e, principalmente, dizimar é um mandamento? Uma obrigatoriedade para sermos salvos ou santos? Creio que não. Mas, ele é sim - um princípio de gratidão, de benção, prosperidade, fidelidade e adoração, além de provar o nosso coração. Por isso, dizimar e ofertar acaba dizendo muito ao nosso respeito: Se dou, ou não o dízimo: O que está no meu coração? Qual é a minha intenção ao praticar o dízimo? Ou, o que me impede de fazê-lo? Será que não dizimo por ter usura, ou avareza no meu coração? Ou, será que não dizimo porque não tenho fé que Deus irá suprir a falta desse valor no meu orçamento? Ou sou um dizimista fiel porque o enxergo como um investimento pra que eu tenha saúde ou ainda mais dinheiro ainda?

No amor de Cristo Jesus,

Pr. Wesley F. Reis

Igreja Evangélica Betânia

O Cristão e a Legítima Defesa

Antes de entrarmos, propriamente, nesse assunto interessante e polêmico, gostaria que você embarcasse comigo numa situação hipotética, porém, muito possível de ocorrer com qualquer um de nós, nesses dias tenebrosos que estamos vivendo:

 

Imagine que você esteja em sua casa, usufruindo merecidamente dos poucos, mas preciosos, recursos que adquiriu em toda a sua vida de trabalho duro e honesto. Junto com a sua querida esposa e suas amadas e indefesas filhinhas. E quando, de repente, um dia comum, como qualquer outro, se transforma no dia mais fatídico de toda a sua vida. Tudo começa com um sutil barulho, imperceptível pra todos, menos, para a sua esposa:

- Ei amor... Você ouviu isso?

- Não, eu não ouvi nada - Você responde com desdém.

- Preste atenção! - Insiste ela.

- Não é nada... isso é coisa da sua cabeça - Você diz.

Contudo, o barulho estranho recomeça.

- Agora, você ouviu né? - Ela diz.

- Não é nada, deve ser um gato! - Você retruca imediatamente.

- Ai meu Deus! Será que tem alguém lá fora? - Ela pergunta demonstrando um grande pavor.

- Calma amor, eu vou olhar...

Daí quando você se desloca pela casa se depara, para seu espanto, com um estranho dentro da sua casa. Você reage impetuosamente:

- Ei cara! Saía já da minha casa! - Mas, ele responde:

- Calma aí mano, a noite tá longe de acabar. - Você pergunta pra ele:

- Você quer dinheiro? Leva a minha carteira, meu relógio, celular, o que conseguir carregar só não toca na minha família.

 

Nesse momento sua esposa chega e quase desmaia diante da situação. O suposto ladrão a vê e diz sarcasticamente:

- É meu camarada vai ser difícil não tocar na sua família.

Você tenta manter a calma. E em espírito ora ardentemente:

- Senhor tem misericórdia! Me ajude, me ajude... - E segue repetindo essas palavras mentalmente muitas e muitas vezes.

Então, entra na sala as suas duas filhas, uma tem 5 anos e a outra 9 anos.

- Voltem pro quarto, voltem pro quarto! - Sua esposa grita compulsivamente.

O meliante então diz:

- Ora, ora, o jantar vai ter duas sobremesas.

 

Naquele instante, seu coração acelera ao ponto de quase explodir. O medo dá lugar a uma fúria desmedida que transfigura o seu rosto e parece saltar pelos olhos. Você para de orar, de pensar, de respirar... só consegue ranger os dentes, fechar os punhos e saltar sobre ele. A arma dispara, o tiro pega de raspão, mas, você não sente nenhuma dor, a única coisa que consegue sentir naquele rápido instante é raiva. A arma cai daquelas mãos sujas, enquanto você e aquele imundo traste em forma de gente rolam pelo chão batendo nos móveis e derrubando tudo em volta. Sua família grita desesperadamente. Mas, você não consegue mais ouvir e nem ver nada a sua volta. O único pensamento habitando em sua mente é preservar a sua família daquela real ameaça.

Em meio à confusão suas mãos alcançam uma pequena estatueta com o formato de uma mulher africana amamentando seu bebezinho em seu colo. Você então o golpeia na cabeça, uma, duas e três vezes, os golpes são certeiros. Você usa toda a sua força... Uma força que você mal sabia que possuía. Você levanta a estatueta mais uma vez, suas mãos tremem, seu sistema nervoso parece eletrocutar todo o seu corpo. Mas, antes de desferir mais um golpe, você ouve a voz da sua esposa gritando:

- Não amor, pare! Não faça isso... Ele vai morrer...

 

A voz parecia ecoar em outro mundo muito distante dali. Mas, aos poucos ela vai ficando mais e mais audível. Agora, você consegue ver o estrago que os golpes causaram. Aquele homem cheio de lascívia e maldade, agora era só um corpo estendido no chão, imóvel, inerte e sem vida. O sangue escorre devagar, mas continuo, pelo alvo porcelanato que agora ficara vermelho. Um vermelho tão vivo e brilhante, que parecia refletir a sua imagem.

Você então olha, pela primeira vez, para aquele objeto que está em suas mãos e sente o peso e a textura; e assim, percebe que ele fora feito de puro ferro fundido. Antes um objeto de decoração rústico, lindo e moderno, agora uma arma letal.

Estarrecido você nem ao menos consegue soltar o objeto tamanha é a força que parece dominar todos os seus músculos, ossos e tendões. O toque mágico da sua esposa, porém, começa a te acalmar, você então consegue soltar a estatueta e com dificuldade se levanta. Aliviado, você olha para o corpo, mas não sabe o que sentir: arrependimento ou orgulho do dever cumprido?

Como um cristão genuíno e temente a Deus deveria se portar numa situação parecida?

E quanto a você, querido leitor, o que faria?

Os defensores de uma reação ativa encontram vários personagens do VT (patriarcas, reis, juízes e até profetas) - Tantos que mataram em nome de Deus, em sua autodefesa, em defesa da nação, ou da sua família. A lei de Moisés (com exceção do "Não matarás") está recheada de versículos que aprovam essa postura, como em Êxodo 22:2

"Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue".

Este é o principal versículo pelo qual muitos cristãos se apegam para afirmar que matar em legítima defesa não se constitui pecado, visto que, mesmo as leis vigentes em nosso País não caracterizam esse como um ato como criminoso.

 

Outros mais crentes, no entanto, afirmam que a autodefesa não deve ser praticada em hipótese alguma, mas, apenas a defesa de outrem, seja sua família, ou mesmo, um ser inocente e indefeso, e isso, quando não houver outra saída. Eles usam dos mesmos argumentos do VT, mas, acrescentam o ensino de Paulo:

"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel." I Timóteo 5:8.

Os defensores da autodefesa também se justificam assim: Agir em minha defesa ou em defesa dos meus, é um instinto natural, plantado por Deus em nós, por isso, seguir este instinto não é pecado. Matar em legitima defesa trata-se de um acidente, pois não havia a intensão de matar. Matar nunca deve ser o propósito, mas só uma consequência triste de uma defesa justa e genuína. Quem causou a sua própria morte foi o agressor, não o defensor. Neste caso, aplica-se perfeitamente a lei da semeadura - Tudo o que plantamos, iremos colher.

 

Nessa mesma ótica o Catequismo da Igreja Católica se pronuncia da seguinte maneira:

 

§2263 = A legítima defesa das pessoas e das sociedades não é uma exceção à proibição de matar o inocente, que constitui o homicídio voluntário. "A ação de defender-se pode acarretar um duplo efeito: um é a conservação da própria vida, o outro é a morte do agressor... Só se quer o primeiro; o outro, não."

§2264 = O amor a si mesmo permanece um princípio fundamental da moralidade. Portanto, é legítimo fazer respeitar seu próprio direito à vida. Quem defende sua vida não é culpável de homicídio, mesmo se for obrigado a matar o agressor [...]

Esse ensinamento pode ser naturalmente bem aceito, pois é humanamente e politicamente correto. Contudo, na Bíblia não há nenhum versículo, parecido com essa expressão: "O amor a si mesmo permanece um princípio fundamental da moralidade". Mas, ao contrário disso, encontramos muitos outros versículos que rebatem radicalmente essa ideia:

“Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” Atos 20:24

"Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim negue-se a si mesmo" (Lucas 9.23a).

"Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro." (Romanos 8:36)

"E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal." (II Coríntios 4:11)

"Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho." (Filipenses 1:21)

"E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições." (II Timóteo 3:12)

 

Não encontro um versículo no sequer no NT que possamos apoiar a ideia do uso de violência para a autodefesa ou defesa de outrem. Alguns usam erroneamente o texto de I Timóteo 5:8

“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”

 

O contexto desse texto é de prestar socorro as viúvas da sua família é mais do que um erro de exegese, chega a ser inescrupuloso, banal e infantil. Pense comigo: Que apóstolo matou em legítima defesa? Pedro foi o único que intentou fazê-lo e recebeu uma dura repreensão do Mestre:

"Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão." (Mateus 26:52)

Então por que Deus permitia matar no VT? A época e os homens eram diferentes - A nação que não se defendia, simplesmente era extinta, não tinha ONU, UNESCO, Cruz Vermelha... Praticar guerras naquela época era praticamente uma necessidade para subsistência.

Com certeza, os homens de Deus do VT foram fiéis ao nível de revelação que eles tiveram, todavia, se vivessem hoje com o nível de revelação que temos e mantivessem as mesmas atitudes: seriam reprovados pelo Senhor. Deus é justo e nos cobra somente aquilo que

Ele nos revela. Por isso a bíblia diz: a quem muito se dá, muito será exigido.

 

Participei na semana passada de um debate numa rádio da minha cidade sobre tema. Éramos três pastores, e apenas eu fui contra o ato de matar em legitima defesa. Fui bombardeado de todos as formas, menos, no entanto, biblicamente. As alegações destes pastores (todas vinculadas ao VT) eram carnais, superficiais, emotivas e equivocadas teologicamente.

 

Fiquei muito incomodado com algumas coisas que ouvi naquela discussão:

1º Uma circunstância não muda um princípio - Estamos vivenciando um cristianismo tão carnal que se alguém diz que é preciso amar, orar, ter domínio próprio em todas as situações, ele é chamado de hipócrita.

2º Considerar uma inclinação natural do homem como algo de Deus é muito perigoso, pois a inclinação da carne é pecado, e temos que lutar contra ela e não obedecê-la (Romanos 8:6-7).

3º Falta do uso ou domínio da Hermenêutica e Exegese ao usarem versículos do VT. Paulo é claro em Gálatas 5:3-4 = se quisermos seguir um ponto da lei, estaremos obrigados a seguir todos, cancelando a graça e o sacrifício de Jesus.

Infelizmente, se não entendermos bem a mudança da Lei para a Graça, iremos fatalmente incorrer nesse risco. Por isso, as cartas de Paulo são tão imprescindíveis para discernirmos tal mudança. Em Gálatas, por exemplo, ele diz se quisermos seguir apenas um ponto da Lei, teremos que cumprir todos os outros.

 

Se podemos, ou até mesmo, devemos matar para proteger-nos e aos nossos porque o VT permite, então devemos também praticar outras leis como: Entregar o filho que é rebelde para ser apedrejado (Deuteronômio 21:18-21). Praticar a circuncisão, oferecer sacrifícios, etc.

 

Ainda não entendemos o que a Graça fez por nós. Agradeço pela vida e ministério de Paulo que deu sequência aos ensinamentos de Jesus elucidando ainda mais as implicações entre o fim da Era da Dispensação da Lei e o início da Dispensação da Graça. Quando lemos atentamente seus ensinos percebemos que ele teve muita dificuldade de ensinar sobre a Nova Aliança, inclusive enfrentou embates até mesmo com os líderes da igreja primitiva.

 

Agora, muitos argumentam (naquilo que eles tem interesse) embasados nos textos abaixo:

"Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;" (II Timóteo 3:16)

"E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei." (Lucas 16:17)

"Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir." (Mateus 5:17)

 

Para melhor entendermos esse dilema é preciso levar em consideração três coisas: 

1 - Deus por diversas vezes, respeita as nossas limitações e fraquezas. Ele se permite limitar-se a cultura e a dureza do coração do homem. Jesus ensinou que Moisés permitiu o divórcio não pela vontade de Deus, mas devido a dureza do coração do povo. Creio que dá mesma forma, a escravidão foi permitida, as guerras praticadas, a diminuição da mulher por causa do machismo dos judeus. Etc. Assim também, quando o evangelho chegou aos primeiros gentios, houve um consenso na igreja de não exigirem todos os mandamentos, no princípio, e de forma alguma eles deveriam seguir a cultura judaica.

Abster do sangue, das relações sexuais ilícitas. Alguns estavam confundindo os gentios, os obrigando a circuncidar-se.

Vemos algo importante: o evangelho genuíno, assim como Deus, respeita a cultura de um povo.

2 - A lei de Moisés é dividida em três partes: as Leis Civis - aplicadas apenas ao povo de Israel - eram a constituição deles. Ora para um povo se tornar uma nação estes precisam de um povo, uma terra e suas leis; a Lei Levítica -que se aplicava somente ao Templo e não nos diz respeito, pois vivemos o tempo em que Jesus disse que adoraríamos o Pai em espírito e em verdade independente do lugar onde estivermos. E por fim, a Lei Moral - essa nunca passou e eternamente continuará a mesma. Jesus a resumiu em duas coisas:

Amarás o Senhor teu Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. E Paulo a resumiu mais ainda: Ame o seu próximo e pronto. É apenas isso que restou do VT na Nova Aliança, além é claro dos maravilhosos exemplos de vida dos homens e mulheres de Deus que nos antecederam.

3 - Jesus cumpriu toda a lei, no que dizia respeito as profecias sobre sua vida e ministério. Ele também não aboliu a lei moral, mas ampliou (e aprofundou) o nosso entendimento sobre ela. Nos fez ver além da letra; e entender o porquê do mandamento. Muitos outros aspectos Ele fez questão sim, de descumprir, por exemplo: Trabalhava no Sábado, comia sem lavar as mãos, não apoiou o apedrejamento da mulher adúltera, etc. Ele foi um calo no sapato dos religiosos da época.

O sermão da montanha que marca o início da nova aliança, Jesus revela que pra sermos filhos de Deus precisamos:

1 Dar a outra face

2 Fazer o dobro do que nos obrigam

3 Amar os inimigos

4 Orar pelos que nos perseguem

Precisamos entender e crer que “A nossa arma é a oração. E que a nossa defesa é o Senhor.”

Essa geração pós-modernista, imediatista e hedonista colocou o Eu, o EGO no centro, nossos desejos, por isso, não nos permite mais ouvir a essência da Cruz. Amor, Renúncia e Perdão.

Para entendermos melhor essa temática, vamos dividir a Legítima Defesa em três partes:

1° = Auto defesa

 

Alguns textos recriminam a ideia de auto defender-se:

I Tessalonicenses 5;15 Tenham cuidado para que ninguém retribua o mal com o mal, mas sejam sempre bondosos uns para com os outros e para com todos.

Romanos 12:1-2 fala de apresentar corpo e renovar a mente, pra não se conformar ao mundo. Mas, renovar em que? A lista continua:

V 17 A NINGUÉM torneis mal por mal.

V 18 Se depender de vos tende paz.

V 19 Não vingueis a vós mesmos. A vingança e a retribuição pertencem ao Senhor.

V 20 Dar de comer e beber ao inimigo.

V 21 Vence o mal com o bem

Vale dizer que, pra se defender, agente também agride e mata emocionalmente ou psicologicamente com palavras, juízo precipitado, críticas, ofensas.

“Ao servo de Deus não convém contender. Mas ser manso, apto pra ensinar e sofredor.” (II Timóteo 2:24)

2° = Defender a família, amigo, ovelha

Não encontramos base bíblica para esse ato. Alguns argumentam que como sacerdote temos que defender a família, mas a função de sacerdote é ser representante do povo perante Deus. E representar Deus diante do povo (Leia Romanos 13:4). Usar esse argumento me parece forçar demais a barra.

Outro péssimo argumento está em afirmar que o bom pastor faz qualquer coisa para defender as suas ovelhas. Contudo, ao contrário disso, Jesus testificou:

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." João 10:11.

Ou seja, o bom pastor dá a vida e não tira a vida em defesa de suas ovelhas.

3° = Defender o País - Numa guerra, ou mesmo policial no exercício do seu dever.

 

Essa é a única exceção que consigo aceitar como sendo verdadeiramente uma legítima defesa para um cristão genuíno.

 

Um policial é um representante do Estado e quando mata está protegendo a vida dos cidadãos de bem. Em Romanos 13:1-7 nos manda ser sujeitos as autoridades.

 

Nem João Batista, nem Jesus e nem Paulo mandava os soldados deixarem a farda. Agora pergunto: Como poderiam lutar sem matar? Caso isso seja necessário?

 

Em Lucas 3:14 alguns soldados se convertem, e questionam a João “O que fazer?” João os ensina a tratarem bem as pessoas, não defraudar a ninguém e contentar com o soldo (ser honesto).

Mesmo que a Bíblia incentive a obediência cristã aos governantes (Romanos 13:1-7; Tito 3:1; 1 Pedro 2:13-14), vale dizer que tal obediência tem limites:

1 - Quando o governo ordena a adoração de ídolos ou de um rei (Daniel 3:6).

2 - Quando o governo proíbe a pregação do Evangelho (Atos 4:5).

3 - Quando o governo ordena a matança de crianças (Êxodo 1).

4 - Os cristãos podem discordar de governos que se envolvem em guerras injustas. Mesmo assim, como nos casos de Daniel (Daniel 6), os três jovens hebreus (Daniel 3) e Pedro (Atos 4-5), os que desobedecem devem estar dispostos a arcar com as consequências; algumas vezes Deus honrará a nossa fé e nos livrará, noutras nós honraremos a fé e morreremos por ela.

 

Se é legítimo matar pra salvar a sua vida? A preservação da vida não está acima de tudo. Senão, abre um precedente perigoso. Dessa forma será legítimo roubar pra comer. E quanto aos impostos, seria justo tirar da boca dos filhos pra entregar pros políticos roubarem? Além disso, começaremos a achar (se é que já não pensamos assim), a pena de morte como algo bom e justificável, pois estaremos protegendo a sociedade de marginais incorrigíveis e os praticantes de crimes hediondos.

 

Pelos ensinamentos de Cristo, e dos apóstolos, "devemos morrer, se preciso for, porém, matar, nunca!", como disse o nosso grande sertanista Cândido Rondon: Pelos ensinamentos de Cristo, o amor é a única arma que devemos usar contra os males do mundo!

 

Assim sendo, podemos concluir biblicamente que: Um cristão legítimo não deveria amar a sua vida ao ponto de matar por ela. E se o caso for defender um inocente: seria mais cristão morrer pra salvar do que matar pra salvar. Que Deus nos ajude a praticar a sua Palavra e sermos parecidos com Cristo em todas as circunstâncias que possa nos advim nessa vida.

"Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar." (I Coríntios 10:13)

Deus é fiel para nos dar o escape, agora nos resta também sermos fieis para esperar por ela.

No amor de Cristo Jesus,

Pr. Wesley F. Reis

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